Desde o dia 1ª de maio que venho desejando escrever algo sobre o assunto, quero dizer "trabalho aliado ao conceito do binômio estudo-conhecimento" no contexto da educação para a Cultura da Paz, que neste caso tem um sentido mais amplo, como possibilidade de ação libertadora que permite que o homem (nós educadores e os educandos) se libertem da ignorância de si mesmos e da realidade da vida, favorecendo assim o bom-senso e o discernimento e facilitando a nossa evolução como ser humano.
Estava precisando de um estímulo, no momento desta data não consegui vislumbrar, mas li rapidamente uma reportagem não sei informar exatamente onde, que as crianças e os jovens não só brasileiros, como do mundo todo, estão perdendo o interesse pelo estudo, mediante excessos de informações do mundo externo, principalmente as do mundo virtual. Tentei localizar a revista, mas não consegui encontrar, então resolvi escrever assim mesmo, sem a constatação desta importante referência.
Como educador, fiquei extremamente impressionado com esta situação, que infelizmente não é muito difícil de se constatar, pois é bastante perceptível em nosso cotidiano escolar, o total desinteresse e apatia dos educandos em realção aos estudos e a aprendizagem dos conhecimentos, como se não fossem recursos importantes para o desenvolvimento de suas vidas no presente e no futuro. Vale a pena frisar que o desestímulo dos educadores mediante contexto atual (convenhamos que de sempre) em relação ao descaso das nossas autoridades políticas com os rumos da educação, também é possível que seja um agravante desta situação.
Penso que são muitos os motivos que levam nossos educandos ao desinteresse pelos estudos, também bastantes complexos e diversificados para serem facilmente identificados, precisamos fazer uma séria e extensa análise de todos os fatores que os levam a inércia, a preguiça, ao desperdício da inteligência e de todas as potencialidades humanas.
É muito gratificante quando percebemos que nossas crianças e nossos jovens estão crescendo, evoluíndo na escola e na vida. Mas, para isso é preciso que sejam estímuladas no seio da sua família, muitas vezes a criança perde o interesse pelo estudo por falta de estímulo e de exemplos em casa. Na escola se dá o mesmo, elas necessitam ser estimuladas, mas muitas vezes o sistema educacional e muitos de nós educadores nos perdemos no verdadeiro sentido da educação que é a o estímulo da boa aprendizagem.
Seria interessante retomar este real sentido da educação e investir no trabalho educativo que amplie as possibilidades de compreensão e respeito a aprendizagem de cada indivíduo e tentar (mesmo com o excesso de educandos em uma única sala e o excesso de carga horária de cada educador) realizar um trabalho que os estimule naquilo que eles trazem como potencialidade para que se amplie o interesse dos mesmos sobre os estudos, a apreensão dos conhecimentos e também do trabalho do educador.
Educadores e educandos estimulados, sempre será uma garantia de qualidade do processo de ensino-aprendizagem.
Percebo que muitos educandos mesmo estando dentro de um espaço escolar e sendo óbvio o motivo, não sabem o que estão exatamente fazendo neste contexto, muitos não conseguem responder de forma segura e geralmente pensam que são obrigados pelos pais e pela sociedade. Com isso, os educandos necessitam saber o real objetivo da educação e da importância dos estudos-conhecimentos para o progresso de si mesmos como seres humanos.
É obrigação da família e da escola orientá-los neste sentido, caso queiram que eles se engendrem esforços suficientes para educar-se e também humanizar-se.
Penso que estudar é algo individual, mas educar, é responsabilidade de todos, mesmo com os excessos de informações externas e muitas vezes sem sentido para as suas vidas, crianças e adolescentes só as utilizarão de forma proveitosa e consciente para a sua vida interna (a verdadeira) e só poderão estar estimulados para os estudos e os conhecimentos que realmente são importantes se forem bem orientados por todos (pais, familiares, educadores, etc.).
Caso contrário, serão orientados e estimulados pela nossa sociedade consumista e capitalista para a ampliação das suas paixões primárias, da inteligência equivocada e da percepção distorcida da vida, vivendo em função da coletividade muitas vezes desvairada, sem a real percepção e compreensão de si mesmo e da vida, sendo que é do conhecimento de todos que nestas situações é que moram todos os perigos desta vida.
Paz é aprendizagem! Então, investir numa educação para a construção da Cultura da Paz e Não Violência Ativa, é um caminho seguro para estimular o desenvolvimento da inteligência, das potencialidades humanas e das qualidades ético-morais de cada educando e também dos educadores.
O interessante é que na educação para a paz, nenhum conhecimento é imposto, mas sim construído. Os educandos são orientados ao trabalho de pesquisa-ação para que possam descobrir, com o apoio dos educadores quais conhecimentos são necessários e importantes para que eles possam enfrentar os desafios da vida de forma mais harmônica e equilibrada, ao invés de perderem no turbilhão de situações reativas e informações muitas vezes sem sentido para as suas vidas.
Educar para a paz, é educar para a consciência de ser humano, para a aprendizagem de conhecimentos realmente necessários para o desenvolvimento da nossa humanidade, que nos oriente para ampliar a percepção do cuidado e do respeito consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente; para que possamos utilizá-los no presente e no futuro de forma ética, justa e solidária, para o trabalho digno e para as práticas nas sendas do amor, do bem e do belo.
Que possamos refletir e ampliar mais este texto com as ricas contribuições de vocês, queridos leitores deste Blog. Sugiro que façam comentários para buscarmos as causas e possíveis soluções para esta questão!
Muita paz