17 maio 2010

FORMAÇÃO DA CULTURA DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS


Para compreendermos melhor como se  processa a formação da  violência nas escolas,  um dos primeiros e mais significativos  passos,  é o claro  entendendimento de que as formas mais comuns de violência podem ser agrupadas, segundo Schillig (2005, p. 12 a 14) em (3) três categorias, das quais acrescentei mais uma (quarta) categoria* que considero também importante e a autora não cita:

1- Violência contra a escola: geralmente quando se fala de violência neste aspecto, fica caracterizado como a depredação do patrimônio material da escola, como: pichações, destruição de equipamentos, bombas nos banheiros, materiais e equipamentos roubados, etc. Mais também podemos classificar como: os desvios de verbas destinadas à educação, abandono dos prédios escolares, péssimas condições de trabalho e estudo, baixos salários dos professores, desprestigio social da profissão, mudanças constantes de propostas pedagógicas, papel ambíguo frente à sociedade, etc.

2- Violência da escola: geralmente é a violência da sua própria dimensão institucional, profundamente vinculada à violência contra a escola, reproduzindo a sociedade como ela é. Se a sociedade é desigual, a escola reproduz sistematicamente a desigualdade e os conflitos que aí existem entre gerações de classes, de etnia, de gênero, de posição social, de status, de religião e entre saberes. Podemos destacar: a discriminação e o preconceito entre alunos, entre professores e ambos, o fracasso da função da escola (educar), não oferecimento do processo ensino-aprendizagem de qualidade, a confusão entre o comportamento particular e o público, etc. E como conseqüência disso tudo teremos uma instituição marcada pela dinâmica de vitimização e agressão, onde alunos e professores desmotivados pelo processo se sentem vitimizados, indiferentes e agressivos e daí surge uma série de outros problemas, como: as faltas, evasão, reprovação, abandono, a frustração do aluno que não aprende e a do professor que não atinge seus objetivos, etc.

3- Violência na escola: as outras duas categorias citadas anteriormente, violência contra e da escola formam o que se chama de violência na escola. Podemos dizer que é uma violência potencializada em suas múltiplas dimensões (familiar, urbana e estrutural) condensando-se no cotidiano escolar. Como: o roubo e o furto, agressões físicas, morais, psicológicas, simbólicas, assedio moral, brigas, ameaças, ofensas, bullying escolar³, desinteresse, falta de sentido da escola para os profissionais da educação, para os educandos e para comunidade, violência intrafamiliar e da comunidade que chega ao cotidiano escolar, alguns casos raros de morte, etc.

4- Violência no entorno da escola*: é também conhecida como violência dura, segundo a UNESCO (Organização Mundial das Nações Unidas), esta é a violência que ocorre como resultado de atos criminosos que invadem o ambiente escolar. Este tipo de violência está sempre relacionada a uma comunidade que convive com a insegurança, com as ameaças de marginais, gangues ou traficantes que agem como uma espécie de poder paralelo nestes locais, devido ao descaso dos poderes públicos com as comunidades mais carentes.


E a sua escola?  Quais são as formas mais comuns de violência?  Comente postando no comentário,  é muito importante saber, para aprendermos a lidar com esta lamentável realidade! 

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